A vitória do brasileiro Roberto Casanova no "Nodojiman", programa de karaokê promovido pela rede de tevê estatal japonesa NHK, foi noticiada pelo programa "Fantástico". Realmente o cantor foi merecedor, talentoso, mostrou carisma e a história do rapaz é extremamente comovente. Agora voltando à realidade, para o Roberto obter sucesso vivendo de música no Japão, eu acho muito difícil e explico-lhes os motivos.
Antes de tudo, não vamos comparar o "Nodojiman" com o "Britain's Got Talent", é totalmente desproporcional o nível de alcance que o programa britânico obtém em relação ao programa japonês, pelo que eu sei, a audiência dos programas da NHK é baixo, com exceções como o "Kohaku Utagassen", festival de final de ano que conta com a presença de grandes artistas japoneses e até convidados internacionais. A audiência da estatal japonesa pode ser compara a da Rede Cultura aqui em São Paulo. Então não vamos pensar que o Roberto será um sucesso como Paul Potts ou uma Susan Boyle só porque ganhou o "Nodojiman".
Antes que digam que eu estou sendo pessimista e não entendo bosta alguma de música, digo modestamente que meu negócio é metal oitentista, mas eu gosto de enka, não sou um profundo conhecedor do estilo, mas conheço alguma coisa de Itsuki Hiroshi, Teresa Teng, Misora Hibari, Hosokawa Takashi, Miyuki Nakajima, Masako Mori, Natsukawa Rimi, Kiyoshi Hikawa entre outros. Posso afirmar categoricamente que Roberto é um bom cantor.
O estilo de música cantada pelo Casanova San, enka, grosseiramente, seria um tipo de música equivalente a MPB de Roberto Carlos, enka agrada normalmente aos adultos e idosos, jovem em geral não quer saber de enka. Vide a plateia do auditório em qualquer "Nodojiman", só gente velha, o número de jovens é possível ser contado nos dedos, normalmente são crianças acompanhando os pais ou parentes.
Tudo bem, você pode argumentar que o programa deve ser gravado em um horário o qual as pessoas estão trabalhando ou estudando, porém, você caro adolescente leitor deste blog, entre escutar as músicas da moda e as músicas com cara de gente velha, não é muito difícil saber qual o tipo de música que os jovens japoneses gostam.
O fato de o Roberto ser negro e não ser favorecido esteticamente não são motivos para dizer que ele não obteria sucesso no Japão, se fosse assim, o cantor negro de enka, Jero, jamais conseguiria reconhecimento por lá. Também não acredito que Roberto tenha total desconhecimento do idioma japonês como se tem noticiado por aí, só o fato dele saber conversar já ajuda muito, ler é só uma questão de tempo.
Além do tipo de música que o Roberto canta, somando-se a isto temos o maior problema que é o fato do Japão ser um mercado extremamente consumista onde artistas aparecem e desaparecem rapidamente. Acho remota a chance de alguma gravadora se arriscar a lançar algum trabalho do Roberto, ainda mais com a crise que assola por lá, pois não envolve apenas a gravação de um disco, é preciso divulgar o trabalho em diversas mídias.
Os brasileiros que obtiveram sucesso no Japão como cantores, recordo-me apenas da cantora Márcia Nishie, esta é uma cantora que ralou muito por lá. Torço para que o Roberto obtenha maior reconhecimento pelo seu trabalho por lá como cantor, porque aqui no Brasil, onde a música ruim impera, certamente o brasileiro passaria fome.
Fonte: ipc digital
Antes de tudo, não vamos comparar o "Nodojiman" com o "Britain's Got Talent", é totalmente desproporcional o nível de alcance que o programa britânico obtém em relação ao programa japonês, pelo que eu sei, a audiência dos programas da NHK é baixo, com exceções como o "Kohaku Utagassen", festival de final de ano que conta com a presença de grandes artistas japoneses e até convidados internacionais. A audiência da estatal japonesa pode ser compara a da Rede Cultura aqui em São Paulo. Então não vamos pensar que o Roberto será um sucesso como Paul Potts ou uma Susan Boyle só porque ganhou o "Nodojiman".
Antes que digam que eu estou sendo pessimista e não entendo bosta alguma de música, digo modestamente que meu negócio é metal oitentista, mas eu gosto de enka, não sou um profundo conhecedor do estilo, mas conheço alguma coisa de Itsuki Hiroshi, Teresa Teng, Misora Hibari, Hosokawa Takashi, Miyuki Nakajima, Masako Mori, Natsukawa Rimi, Kiyoshi Hikawa entre outros. Posso afirmar categoricamente que Roberto é um bom cantor.
O estilo de música cantada pelo Casanova San, enka, grosseiramente, seria um tipo de música equivalente a MPB de Roberto Carlos, enka agrada normalmente aos adultos e idosos, jovem em geral não quer saber de enka. Vide a plateia do auditório em qualquer "Nodojiman", só gente velha, o número de jovens é possível ser contado nos dedos, normalmente são crianças acompanhando os pais ou parentes.
Tudo bem, você pode argumentar que o programa deve ser gravado em um horário o qual as pessoas estão trabalhando ou estudando, porém, você caro adolescente leitor deste blog, entre escutar as músicas da moda e as músicas com cara de gente velha, não é muito difícil saber qual o tipo de música que os jovens japoneses gostam.
O fato de o Roberto ser negro e não ser favorecido esteticamente não são motivos para dizer que ele não obteria sucesso no Japão, se fosse assim, o cantor negro de enka, Jero, jamais conseguiria reconhecimento por lá. Também não acredito que Roberto tenha total desconhecimento do idioma japonês como se tem noticiado por aí, só o fato dele saber conversar já ajuda muito, ler é só uma questão de tempo.
Além do tipo de música que o Roberto canta, somando-se a isto temos o maior problema que é o fato do Japão ser um mercado extremamente consumista onde artistas aparecem e desaparecem rapidamente. Acho remota a chance de alguma gravadora se arriscar a lançar algum trabalho do Roberto, ainda mais com a crise que assola por lá, pois não envolve apenas a gravação de um disco, é preciso divulgar o trabalho em diversas mídias.
Os brasileiros que obtiveram sucesso no Japão como cantores, recordo-me apenas da cantora Márcia Nishie, esta é uma cantora que ralou muito por lá. Torço para que o Roberto obtenha maior reconhecimento pelo seu trabalho por lá como cantor, porque aqui no Brasil, onde a música ruim impera, certamente o brasileiro passaria fome.
Fonte: ipc digital
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