terça-feira, 16 de março de 2010

Galo Paraibano Comedor

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Um fazendeiro tinha um galinheiro com 180 galinhas e estava procurando um bom galo para reproduzir. Um dia, ele vai a uma agropecuária e diz para o vendedor: 

- Procuro um bom galo capaz de cobrir as minhas 180 galinhas. 
O vendedor puxa uma gaiola com um galo enorme, musculoso, com a crista de pé, de topete, olhos azuis e uma tatuagem dos Rolling Stones no peito, e diz: Leva esse aqui, o Mário. Ele não falha.

O fazendeiro leva o galo e, no dia seguinte, pela manhã, solta o galo no galinheiro. O galo sai correndo, pega a primeiragalinha, e dá duas sem tirar. Pega a segunda, dá a primeira, e quando está já na segunda... Cai frito.  O fazendeiro volta na loja e grita:

- Este galo puto comeu duas galinhas e capotou.  O vendedor se desculpou e puxou outro galo: Preto, de crista amarela, olhos cinza e tênis da Nike.

- Esse aqui é o Fernando. Não falha nunca. O fazendeiro volta com o galo e repete a história: solta o bicho no galinheiro, e o galo sai alucinado: come a primeira galinha de pé, pega a segunda e traça na terceira ele faz o 69 e quando estava bombeando a quarta, cai morto no meio do galinheiro.  O fazendeiro, emputecido, volta na loja e diz:

- Escuta aqui, ô filho da mãe aquele galo broxa caiu morto. É melhor você me vender um galo decente ou vou tocar fogo nesta merda.  Então o vendedor puxa um galo desnutrido, sem crista nem penas, com olheiras, corcunda, com tênis Bamba de lona e uma camisa preta e vermelha que dizia 'Orgulho de ser Paraibano' e diz ao fazendeiro:

- Olha, é só o que me resta. O nome dele é Aristides e chegou por engano num carregamento que veio da Paraíba.  O fazendeiro, puto da vida, leva o galo pensando: 'O que vou fazer com este galo Paraibano, todo franzino? Chegando à fazenda, solta o Aristides no galinheiro:

O galo tira a camisa e sai enlouquecido traçando as 180 galinhas de uma vez só... Da uma respirada...... E traça as 180 galinhas de novo... Sai correndo e pega o pastor alemão... Aí o fazendeiro pega ele, dá dois sopapos e para acalmá-lo, acaba trancando-o na gaiola.

- Caramba, que fenômeno! As galinhas ficaram doidonas!  No dia seguinte solta o bicho de novo: o galo sai faturando tudo que vê:

o cachorro, o porco e duas vacas... O fazendeiro corre pega ele pelo pescoço, dá uma chacoalhada para acalmá-lo e joga ele na gaiola de novo...  No terceiro dia, o fazendeiro encontra a gaiola toda arrebentada, as galinhas com as xanas para cima, o porco com o rabo pro sol, bodes passando Hipoglós na bunda, uma capivara mancando, um pônei sentado no gelo... Até que, de repente, distância, vê o Aristides caído no chão e os urubus voando em círculos sobre o pobre galo... 

- Nããããooo... O Aristides morreeeuuu ....o meu Aaaaaristiiiiideeeeesss!
O melhor galo do mundo!  No meio do lamento e da choradeira, cuidadosamente o Aristides abre um olho, olha para o fazendeiro, pisca e diz: 

- SILÊNCIO Ô FIO DUMA ÉGUA! AQUELAS CRIÔLAS TÃO QUASE DESCENDO AQUI! 
PARAIBANO É PARAIBANO!

Fonte:  Contos da Paraiba - Animais da Terra

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