domingo, 31 de janeiro de 2010

Concurso

Sete horas da manhã e o despertador do celular toca, “Hell Patrol” da banda inglesa Judas Priest, aproveitei para acordar a casa inteira. Um mal-estar na barriga e minha mente no banheiro já estava, antes disto troquei-me. Às nove horas a prova do concurso começaria, nada havia estudado e de estômago vazio fui ao local da prova.

Seria mais um concurso no meu vasto histórico de fracassos nesta vida de concurseiro? O destino dirá sim, antes disto, quatro tediosas horas serão arrancadas de minha vida, apenas porque assim o quis. Antes de adentrar a aula, um pouco de meditação, ó Senhor, ajudai este servo, iluminai minha mente (com todo o conhecimento da humanidade de preferência), prometo-lhe, caso eu passe nesta prova, durante um ano, a metade do meu salário, neste meu novo emprego, será doado a entidades assistenciais. Estaria eu tentando corromper Deus?

A prova começou pouco mais do horário combinado, abro o caderno de questões, português, matemática, atualidades, é, dá para encarar estas. Noções de direito? Complicou-se. Que diacho é este monte de tabela aqui? Saldo devedor? Credor? Caixa? Contabilidade? Não vejo isso há pelo menos quinze anos! Socorro Senhor! Já estava negociando com Deus, pulando de cinquenta para setenta por cento do meu salário.

Enquanto as questões eram respondidas, as que eu sabia lógico, fiquei pensando em mil maneiras de tentar burlar o esquema de segurança do concurso, celular, pager, escuta, relógio digital, estas tecnologias já estavam manjadas, pensei em desenvolver um mini display que ficaria presa à cueca e as respostas seriam passadas para ele por tecnologia wi-fi por algum gênio que ficaria do lado de fora do prédio.

Se eu tivesse grana eu desenvolveria, mas ao ficar olhando para fora da sala, vejo que os fiscais estavam usando detectores de metais! Socorro Senhor! A esta altura a negociação já estava em oitenta e três por cento. “Falta uma hora”, dizia a fiscal, e o meu desespero era tanto que das oitenta questões, havia respondido apenas metade. Concluindo o fato, ao passar as respostas para o gabarito, metade das questões tiveram a alternativa D como resposta, pois se não for A, não for B e não for C, então só se fô D!

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