sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Dante’s Inferno

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Antes de começar a resenha vamos voltar um pouco aos anos 80 (sim, vocês leitores menores de 25 anos não vão lembrar), ao ligar a TV pra ver desenhos você se deparava com o Manda-Chuva, Corrida Maluca e o Zé Colméia e dizia: “Porra, esses desenhos da Hanna-Barbera são mesmo fodões!”, mas ai ao mudar de canal você via Pernalonga, Frajola e Papa-léguas, e ai falava “É, os desenhos da Warner são os melhores mesmo.”

É o que acontece quando se pega jogos com jogabilidade praticamente igual a uma referência: Se diverte bastante com o Dante’s Inferno, mas quando pega o God of War se esquece totalmente do anterior e torna a divertir-se melhor com o Kratos.

As comparações entre desenhos e games terminam aqui, na resenha que se segue você verá que a versão plagiada é muito inferior ao clássico da Sony em vários aspectos.

Pra começar você tem uma história bem “chinfrin” com um enredo clássico que pode ser dito em uma frase: “Resgate sua esposa no inferno”, só que enveredando pelo conto do livro clássico do Dante Alighieri “A divina Comédia”. Como todo bom “gamer”, fui buscar a referência e li o livro, pude constatar que realmente os produtores buscaram os serem mitológicos do livro nos mestre de fase, e o poeta que guia o Dante pelo círculos infernais também está lá. Só que no desenvolvimento dos personagens eles conseguiram deixá-los parecidos com personagens saídos do Silent Hill do PS1.

Talvez no momento das reuniões do diretor-chefe soltou essa: “Preocupem-se somente com a jogabilidade e diversão, a essa altura esse jogo deveria já estar pronto porra! Não liguem muito pra gráficos, roteiro e acabamento, vamo lançar essa merda antes de sair o God of War 3, senão o prejuízo será grande!”.

Até que nesse ponto o pessoal acertou. A jogabilidade e a diversão são muito boas: Porradeiro de primeira, muitos personagens na tela se degladiando e os puzzles são bem bacanas. Mas o restante deixa a desejar.

Como já falei anteriormente os personagens tem um acabamento fraco, o cenário é repetitivo e a expressão do personagem principal é o mesmo do boneco Ken (o namorado da boneca Barbie): Mesmo as sombras do filme “Ghost” levando sua namorada pra morada do Belzebú ele permanece com a mesma expressão. Nem as CG’s rodando em alta resolução escapam, alternando entre Computação Gráfica e desenho em 2D à lá Spawn o roteiro é uma mescla do livro original com uma vingança do fantasma espartano do GoW.

Falando da ação do personagem na tela a comparação com o GoW é ainda mais inevitável: Na tentativa de não “copiar” tanto o Kratos, os caras “mataram” o Ceifador Implacável do filme “Bill & Ted” e trouxeram a foice do coitado pras mãos do Cavaleiro Templário (Sim, a trama se passa na idade média pra o personagem ficar mais sangrento em relação aos demônios infernais), uma cruz com poderes de absolver as almas condenadas no mundo quente, e alguns power ups que parecem ter saído do Megaman. Ah, ainda tenho uma dúvida: Como mandar alguém queimar no fogo do inferno se a alma já está lá? – Coisas ditas pelo próprio personagem.

Enfim, é uma mistura de tantas referências com a cópia descarada do Gow para se fazer o jogo que até que se torna “original”. O jogo é uma merda total, diferente dos desenhos da Hanna-Barbera que citei no começo, onde a diversão e a qualidade era uma constante. Como bom gamer que sou, terminarei ele por honra e glória do meu próprio nome enquanto o arrasa-quarteirão chegará. Hehehehe….

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