segunda-feira, 3 de maio de 2010

Diagnóstico do Brasil: atraso permanente ou desenvolvimento saudável

Esse foi o tema levantado na oficina de Redação do cursinho. Ele já foi discutido diversas vezes aqui na PI, algumas com ilustrações e charges, inclusive. O texto a seguir é a minha versão dos fatos apresentada em forma de dissertação.

Borboleta em crise
Se perguntássemos para uma pessoa de fora do Brasil, mas que já o visitou, sobre suas impressões a respeito do mesmo, certamente surgiriam respostas como: país de belezas naturais, povo acolhedor, folclore riquíssimo, monumentos arquitetônicos importantes para a História. Experienciado esse fato, constatamos que ainda é difícil encontrar quem nos olhe e veja uma nação capaz de desenvolver tecnologia de ponta, trazer inovações para os diversos campos da Ciência. Talvez nem os brasileiros vejam.
No seu passado, o Brasil servia exclusivamente como colônia de Portugal, ou seja, aos interesses estrangeiros. A independência simbólica ocorrida centenas de anos atrás, entretanto, não foi capaz de promover uma independência de ideias. Assim, podemos dizer que o caráter dicotômico do Brasil pode ser atribuído, em parte, ao nosso passado colonial. A outra justificativa pode ser encontrada na ausência de um projeto de nação por parte de nossos governantes. Em outras palavras, seria como dizer que o Brasil é uma borboleta que não foi avisada de que o é, comportando-se continuamente como se ainda estivesse no casulo.
Exemplos das enormes disparidades vistas aqui são intermináveis: o país subdesenvolvido, da desigualdade social, das políticas imediatistas e assistencialistas, do transporte público ineficiente, da miséria sertaneja, da exportação de prostituição, é o mesmo país que tem uma das melhores universidades do mundo, que desenvolveu os biocombustíveis, que convive de maneira harmoniosa entre pessoas de cores e credos diversificados. Uma mesma parte do nosso país vive e convive com a crise de identidade pela qual passamos, caso contrário o Rio de Janeiro não seria, ao mesmo tempo, uma das mais belas cidades do mundo e a com maior número de favelas e violência no mesmo.
Talvez ainda estejamos à espera de um reconhecimento externo do nosso potencial para que possamos usar os benefícios que ele traz ao nosso favor, ou melhor, para dividi-los com todos do território. Enquanto ainda formos colônia culturalmente, jamais poderemos ser uma potência de fato.

4 comentários:

  1. Preliminarmente é bom que se diga que a universidade brasileira citata orgulhosamente como uma das melhores do mundo, que provavelmente deve ser a USP, não está nem entre as 200 melhores do mundo.

    E o Rio de Janeiro não é a cidade mais violenta do Brasil, e muito menos a mais pobre.

    Como vai se cobrar reconhecimento externo se o estigma vem de dentro pra fora ?

    É bom lembrar que o Rio de Janeiro, citado como lugar de favela e violência, pode ser o único lugar que pode mudar a visão externa do país, com olimpíadas e final de Copa do Mundo, do contrario, continuariam achando que nossas mulheres são tudo puta, e que Buenos Aires é a nossa capital.

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  2. "Uma mesma parte do nosso país vive e convive com a crise de identidade pela qual passamos, caso contrário ..."

    "Talvez ainda estejamos à espera de um reconhecimento externo ... Enquanto ainda formos colônia culturalmente, jamais poderemos ser uma potência de fato."

    Desejo por identidade cultural é uma faca de legumes. No início do século Pixinguinha, um dos cofundadores do samba, era duramente criticado por tocar utilizando instrumentos eruditos em suas composições. Diziam que ele tocava jazz, fox-trote, realmente tocava. Ele compunha uma banda em que se tocava de tudo, cujo o objetivo era tocar música de qualidade, e nesta meio de varias influências nasceu o samba.

    Diziam que isto não era musica brasileira. E foi incentivado então o verdadeiro samba, o que vemos hoje no Rio de Janeiro e por todo Brasil. Um samba de instrumentos rústicos e fácil de se apresentar de forma estilizada e metódica, dignas de um estado nacionalista - Agora busquem entender o que representa um estado nacionalista.

    Agora sim o samba saiu da influência do Jazz (americano) e da musica erudita (européia), e composições como Carinhoso passaram a ser consideradas falsos sambas, ou maxixes. O verdadeiro samba volta a ser dos escravos que faziam batucadas nos engenhos. Concordando com a autor de onde tirei a referência deste comentário, acredito que esta foi uma maneira desesperada de criar uma identidade nos brasileiros. Ou seja, Levantar o astral da população como o que ocorre na copa do mundo e nas Olímpiadas.

    Será que movimentos que levantam a bandeira de identidade de uma população são confiáveis? Ter identidade e abrir mão de tudo externo? Sabemos muito bem qual era a nação que não admitia nem um tipo de miscigenação.
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    "Preliminarmente é bom que se diga que a universidade brasileira citata orgulhosamente como uma das melhores do mundo, que provavelmente deve ser a USP, não está nem entre as 200 melhores do mundo."

    Não é só a USP.

    O Brasil representado por grupos de pesquisas que investem nosso dinheiro de forma séria participa de dois dos maiores estudos que a humanidade está realizando.

    O LHC e o Genoma Humano. Temos muitos brasileiros espalhados pelos grandes centros aperfeiçoando seus conhecimentos e colaborando com estes estudos e muitos outros por aí.

    Procura mais ler verdadeiros veículos de divulgação científica.
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    "E o Rio de Janeiro não é a cidade mais violenta do Brasil, e muito menos a mais pobre.
    Como vai se cobrar reconhecimento externo se o estigma vem de dentro pra fora ?

    blá blá blá"

    Acredito que o Rio de Janeiro é uma Ilha ... Uma orla bonita de apartamentos bonitos, vista de cima, Cercada de praias sujas e "fedidas", com uma bahia que é um esgoto a céu aberto e uma zona urbana onde o tráfico manda e desmanda ... como todo centro brasileiro. No meio disso estão as pessoas que estudam e trabalham para ter um vida digna.

    Visão externa serve apenas para os filhos de família rica que vão para o exterior e se envergonham com a concepção do estrangeiro da realidade do brasil.

    Olimpíadas e copa do mundo serve só pra encher o bolso dos magnatas da construção civil.

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  3. "O LHC e o Genoma Humano. Temos muitos brasileiros espalhados pelos grandes centros aperfeiçoando seus conhecimentos e colaborando com estes estudos e muitos outros por aí."

    E eu te digo, GRANDE MERDA PRA NÓS. Bom pra eles.

    Um brasileiro também foi ao espaço a custa de 10 milhões nossos, e sabe com o que ele contribuiu pra nossa magnífica ciência aeroespacial ? COM PORRA NENHUMA!

    Quanto a Bahia ficar no Rio de Janeiro, eu desconheço essa informação.

    Sobre a visão externa do Brasil, eu concordo com você, não serve pra nada. Além do mais, quem tem que ter imagem boa é televisão.

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  4. "E eu te digo, GRANDE MERDA PRA NÓS. Bom pra eles."

    É muita merda sim para nós... Pensa no que newton ouviu quando apresentou os principios da física. Grandes merdas pra nós, bom eu acho que tu sabe quais são as utilidades destes princípios.

    Escreve Internet e CERN no google, e depois vê o que aparece.

    GPS, Satélites, internet, video game, tv, não foram criados através de feitiçaria, não ...

    Quem sabe daí estão surgindo as novas tecnologias que tu vai usar daqui a um tempo.

    "Um brasileiro também foi ao espaço a custa de 10 milhões nossos, e sabe com o que ele contribuiu pra nossa magnífica ciência aeroespacial ? COM PORRA NENHUMA!"

    Não confunda política com Ciência ... Tá indo pelo caminho errado. Por isso que te digo prestas atenção nos meios de divulgação científica que tu tens acesso. Pois, se queres identificação, não temm melhor coisa que honrar alguém que se amta estudando fora do país e volta pra cá pra trabalhar que nem um louco e não ser laureado pela "nação".

    "Quanto a Bahia ficar no Rio de Janeiro, eu desconheço essa informação."

    Manocu.

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