sábado, 12 de fevereiro de 2011

“Seleção Brasileira”

 
O começo

Tudo começou em 1994, quando a seleção de Parreira, liderada por Romário, conquistou a Copa do Mundo daquele ano após 24 anos de jejum, e 4 anos depois chegando a final novamente, perdendo para a França de Zidane, mas obtendo novo êxito em 2002 com a “família Felipão” e um Ronaldo inspirado.

“Era Ricardo Teixeira”

Desde então, um sujeito chamado Ricardo Teixeira vislumbrou a possibilidade de enricar com esse negócio chamado futebol. A começar pelas negociações com a Globo, onde a CBF, comandada por ele, entregou a organização do futebol brasileiro à emissora, e os direitos de transmissão dos jogos da seleção à Rede Globo.

Mas ai nos perguntamos, em troca de que ? e a resposta exige uma certa reflexão lógica dos tempos em que a Globo fazia inúmeras matérias no Jornal Nacional relatando os escândalos de corrupção e improbidade administrativa de Ricardo Teixeira a frente da CBF, que, curiosamente, foram silenciados pela emissora após acordos e contratos comerciais com a CBF.

“Lei Pelé”

A segunda parte dessa longa história começou com o nosso maior ídolo do futebol, o rei Pelé, que, assim como o Ricardo Teixeira, depois de encerrar a carreira, descobriu que o futebol pode ser um meio de ficar muito rico. Foi então que o nosso rei resolveu ser patrocinado por empresários, e usando de sua influência, fez lobby no Congresso Nacional para aprovarem o texto da sua suposta Lei, que inclusive leva seu nome “Lei Pelé”, sem alteração no seu texto inicial.   

O resultado disso ? Jogadores deixaram de pertencer a clubes de futebol (lei do passe), que são os formadores, e passaram a pertencer a empresários (passe livre), ou seja, a combinação perfeita para se fazer dinheiro com o futebol.

“Seleção Brasileira”

Após a aprovação da chamada “Lei Pelé” e do uso comercial da Seleção Brasileira, o que se sucedeu foram uma série de fatos estranhos. Supostas “fases de renovação” da seleção pós-Copas acobertaram convocações de jogadores desconhecidos, e que após as convocações foram negociados com o futebol Europeu. Jogos contra seleções sem a menor expressão no mundo do futebol, mas com dinheiro para pagar por jogos caça-níqueis, como jogos em Dubai, Abu Dabi, Londres etc. A seleção já não joga mais em casa, não é rentável para a CBF.

No início, tudo isso deu certo com o sucesso inicial do Dunga, mas depois os problemas foram deflagrados por uma seleção, que aos olhos de qualquer um, não tinha nada de Seleção Brasileira, não passava de uma “Seleção de empresários”.

Fracasso na Copa e a “Renovação”

Após mais um fiasco em Copa, primeiro 2006 e depois 2010, onde o Brasil mais uma vez foi eliminado nas Quartas-de-Final, assumiu o comando da seleção mais um treinador com um currículo nada expressivo, um famoso “testa de ferro”. A exemplo do Dunga, Mano Menezes assumiu a seleção brasileira para continuar o audaz desejo do Ricardo Teixeira em ganhar dinheiro com a seleção.

O plano, a princípio, parece ser o mesmo: abrir espaço na seleção para jogos iniciais contra grandes forças do futebol, convocando um bando de desconhecidos, patrocinados pelos novos donos do futebol brasileiro, os empresários, para futuras negociações com o futebol europeu ou jogadores que já atuam na Europa  para transferências com grandes forças da Europa, ou seja, a vitrine perfeita.  

Ah, mas e se não der resultado ? perdemos para França e Argentina. Não tem problema, “a seleção está se renovando, isso é normal, é início de trabalho”, será a velha desculpa para mascarar esse desastre anunciado.

Copa no Brasil em 2014



Acredito que seja do conhecimento geral dos amantes do futebol brasileiro o fato do Ricardo Teixeira ser genro do João Havelange, ou seja, o que existe no comando do futebol brasileiro é uma verdadeira dinastia, que, pasmem os senhores, existe plano de ser sucedida pela filha do Ricardo Teixeira, no comando do futebol brasileiro.

Ricardo Teixeira chegou ao comando do futebol brasileiro pela “sucessão sanguínea”, isso está mais do que claro, consagrando a velha máxima de que “quem tem padrinho não morre pagão”, por força da influência do João Havelange. Este também desempenhou papel fundamental para a escolha do Brasil como país sede da Copa de 2014.

O que pouca gente sabe é que a CBF, assim como a FIFA,  é uma instituição privada, ou seja, vale dizer que a Copa do Mundo é um evento privado, que no Brasil será bancado com dinheiro público, isso mesmo, um evento privado pago com o nosso dinheiro!.

O Josef Blatter, que é uma versão “Ricardo Teixeira” no comando da FIFA, empreendeu um ambicioso plano de enricar com o futebol mundial, mais ou menos parecido com o plano da CBF para com o futebol brasileiro.

O resultado disso ? escolhas de países sem a menos expressão no mundo do futebol, como por exemplo o Quatar, a escolha da Rússia, patrocinada pelos seus novos bilionários, e do próprio Brasil, com seu financiamento público e alto índice de corrupção, para sediarem Copas do Mundo, os cenários perfeitos para se fazer dinheiro.    

A solução

Não existe outra solução para a dignidade do futebol brasileiro, senão a destituição do Ricardo Teixeira do comando do futebol brasileiro junto á CBF, estendendo esse fato, se possível, ao Comitê Olímpico Brasileiro (COI) na figura do Arthur Nuzman, que é um “Ricardo Teixeira” dos esportes olímpicos no Brasil.

A nomeação de um novo comandante que pense no futebol e no esporte como um todo, e não como fonte de enriquecimento pessoal. A consequência imediata disso seria alguém que lutaria pela revogação total ou parcial da “Lei Pelé”, para devolver a dignidade aos clubes do futebol brasileiro, esvaziado por essa lei esdrúxula.

Banir eternamente da seleção brasileira esses jogadores de empresários, como por exemplo o Robinho, que já participou de 2 outras seleções fracassadas em Copas (2006 e 2010), e é capitão da atual seleção, simbolizando essa era empresarial vivida pelo futebol brasileiro.

Ou mudanças radicais aconteçam, ou um novo fiasco ocorrerá, e dessa vez em casa, “Maracanaço de 2014”, e muitos de nós vamos agradecer eternamente a Deus por ter nos dado a oportunidade de ter visto o Brasil campeão do mundo em 1994 e 2002, pois provavelmente levaremos outros 24 anos para ganharmos uma Copa do Mundo novamente, se continuarmos nas mãos desses crápulas do futebol.

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