segunda-feira, 25 de abril de 2011

Torcedor


Lendo umas notícias sobre a reforma dos estádios, e mais especificamente a reforma do estádio de São Januário para as disputas da modalidade do hugby nas Olimpíadas, me veio a ideia de bater uma matéria cretina sobre a figura do “torcedor”.

O torcedor no futebol, no sentido em que conhecemos hoje, com apitos e bandeiras, surgiu em meados dos anos 20 do século passado, quando o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, através de pobres, operários e negros construiu o primeiro estádio de grande capacidade da América latina, no caso São Januário, e levou para o futebol a massa, onde até então o “torcedor” eram os chamados coxas brancas, madames, burgueses e aristocratas, meros espectadores do esporte, muito parecido com as corridas de cavalos de hoje. 

O futebol então atingiu a sua popularização, com a construção nas décadas seguintes de estádios megalomaníacos, como o Maracanã, Azteca entre outros de grande capacidade para receber a massa, novos apreciadores do esporte.

O que é estranho é que o futebol está caminhando para o lugar de onde veio, para as elites, onde o “torcedor” como massa já não é mais interessante no estádio. O torcedor não dar mais lucro, não é mais rentável.

Os estádios estão a cada dia diminuindo de tamanho, e o “torcedor” está sendo substituído pela figura do “consumidor”, enquanto que as massas menos favorecidas devem permanecer em casa, comprando payper view, assistindo a Globo ou freqüentando lojas de produtos oficiais dos clubes.

Enquanto que nos estádios ocorre a diminuição de capacidade, construção de áreas vip’s, camarotes etc. Em São Januário, no local onde se exige um fechamento completo do anel, está sendo construída uma loja do patrocinador, para vendas de produtos oficiais do clube.

Nas arquibancadas, há uma diminuição da capacidade, porque um dos patrocinadores irá construir uma área vip para 2 mil pessoas, em um local onde antes cabiam 5 mil.

Resumo do novo lema desse negócio chamado futebol: lugar de torcedor é em casa, assistindo a Globo ou PFC. Estádio agora é lugar de consumidor.

4 comentários:

  1. Tolo é aquele que gosta de futebol, pois acaba torcendo para empresas, além do mais é um esporte fetichista, qual a graça de ver um 20 homens de shorts curtos e coxas bem torneadas correndo atrás de uma bola? Claramente um esporte para tarados.

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  2. Excelente matéria Sir. Finalmente uma ideia cretina nessa cabeça imunda de porns.

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  3. nos países onde os esportes coletivos são um verdadeiro negocio ... as massas são totalmente excluídas. Na Alemanha a gentalha assisti jogo de futebol americano pra passar o tempo nos estádios.

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  4. e nos states assistem a uma partida de soccer.

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