sábado, 14 de janeiro de 2012

UFC Rio


Nessa madrugada de Sábado (14) para Domingo (15) tivemos o evento de MMA, Ultimate Fighter Championship (UFC)142, que consagrou a realização da segunda edição do UFC na cidade do Rio de Janeiro.

De praxe, não se diferenciou muito da primeira edição. Um card um tanto quanto marqueteiro, provavelmente preocupado com o agrado ao público,  com lutas em que tivemos a participação de brasileiros em todas, e vitória brazuca em quase todas.

A realização do evento também contou com uma novidade: tivemos a exibição em TV aberta na Rede Globo (a primeira edição havia sido exibida pela Rede TV), e deu para traçar mais ou menos o futuro dos eventos futuros a serem realizados no Brasil.

Essa matéria cretina vem exatamente com esse objetivo, para traçar aqui pelo menos 8 motivos pelo qual o UFC nunca será um evento mundial realizado no Brasil. Vejamos as razões disso:

Excesso de brasileiros

O primeiro motivo é justamente a presença de muitos brasileiros nas lutas do evento. Além de regionalizar a edição, ainda tem outro adendo, quase nenhum dos lutadores fala inglês, e as entrevistas sempre precisam de tradutores, o que dificulta a organização do evento.

Motivo político

O segundo motivo, vem relacionado ao primeiro, como os lutadores não falam inglês, a entrevista dos vencedores acaba se tornando uma propaganda eleitoral e/ou comercial, onde os lutadores agradecem a governadores, prefeitos, patrocinadores etc, o que torna o evento um tanto quanto chato nesse aspecto.

Motivo religioso

O terceiro motivo é o religioso, os lutadores dão entrevistas com excesso de demonstração de fé, exaltação religiosa excessiva, o que poderá não agradar a outros povos que acompanham o evento, mas professam fé diversa dos lutadores.

Quebra de protocolos

O quarto motivo é a quebra de protocolo dos lutadores. A quebra de protocolos é tamanha que muitas vezes deixa parecer que é falta de organização, mas na verdade os lutadores excedem e não cumprem o combinado.

Na luta do José Aldo, realizada neste Sábado, o juiz interrompeu a luta porque a sirene havia tocado, indicando que o round havia terminado, e o lutador saiu correndo para fora do octágono em direção a um público específico (que será nosso outro motivo abaixo), para comemorar uma vitória que não tinha acontecido ainda.

Por essa razão, não houve a clássica entrevista com o Joe Rogan, não houve anúncio do vencedor pelo Bruce Buffer, o CEO do UFC, Dana White, não conseguiu colocar o cinturão no vencedor, entre outras regras, que já são de praxe nos eventos do UFC.

Torcidas Organizadas

O quinto motivo é o patrocínio que os lutadores brasileiros estão fazendo com clubes de futebol, o que certamente vai ocasionar em rixas de torcidas organizadas, rivalidades entres lutadores e torcedores, que vão associar o evento aos times indiretamente envolvidos, gerando violência e antipatias do público, que para a maioria do público, que são de outros países, não fará o menor sentido nas transmissões ao vivo do evento.

O público

O sexto motivo é o próprio público. Não é um público comum, como ocorre em eventos do UFC realizados nos Estados Unidos ou no Canadá. É um público específico, que está ali exclusivamente para aquele evento, então o comportamento também não é o mesmo. Além de torcerem nitidamente para os seus compatriotas, o público se mostra sempre muito hostil aos lutadores de outras nacionalidades, o que pode não motivar lutadores de grande porte a querer lutar em terras brasileiras, diminuindo a importância do evento.

Juízes tendenciosos

O sétimo motivo é a parcialidade dos juízes do evento, não só os dos julgadores, como também o juiz da própria luta. Como o evento é realizado no Brasil, o UFC coloca sempre o juiz Mário Yamasaki para arbitrar as lutas envolvendo brasileiros, até então não havia problema quanto a isso, mas nessa última edição do UFC Rio, vimos que não é bem assim. 

Em uma decisão por pontos, os juízes julgadores claramente favoreceram um brasileiro que havia perdido a luta. Na própria transmissão do canal Combate, com analistas qualificados comentando e dando a vitória para um canadense, ficaram sem graça após o anúncio do resultado.

O juiz Mário Yamasaki também foi decisivo, juntamente com os juízes julgadores, para a desqualificação de um lutador que havia vencido um brasileiro por knockout, supostamente por aquele ter desferido golpes proibidos durante a luta, o que não ficou constatado nos replays. Além de ter interrompido a luta principal, envolvendo o brasileiro José Aldo, por ter o round terminado, não tendo pulso firme para determinar que havia parado a luta porque o round havia acabado, conforme evidencia os replays da luta.

O resultado dessas situações podem gerar um desinteresse em lutadores estrangeiros a querer lutar em eventos realizados no Brasil, principalmente se forem enfrentar um brasileiro. 

Cards marqueteiros

Outro motivo são os cards. Envolvem excessivas lutas com a participação de brasileiros, naturalmente para agradar ao público local, mas desinteressando o grande público mundial do UFC.

Além do mais, as lutas envolvem oponentes que colocam os brasileiros visivelmente como franco favoritos a vencerem suas lutas, o que demonstra um certo marketing por parte dos organizadores do evento, com claros interesses comerciais.

Esses foram só alguns aspectos que puderam ser observados por olhares críticos de um apreciador de MMA. Claro que nada disso estará nos jornais amanhã, que só farão menções honrosas e heroicas as vitórias dos brasileiros no evento.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com você no tópico sobre torcidas organizadas, fiquei absolutamente intrigado é muito óbvio que a violência vai aumentar principalmente no Rio.

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