Interessante artigo da Psicóloga Daniela Galli:
O hábito de mentir, mais evidente em crianças, pode acompanhar uma pessoa por toda a vida e fazer com que a fantasia seja constante. Embora muitas mentiras sejam consideradas saudáveis, a "mania" pode ultrapassar alguns limites e tornar-se patológico. Durante a infância pode-se notar a facilidade que as crianças têm de fantasiar sobre qualquer assunto. Entretanto, as fantasias nada mais são do que mentiras criadas muitas vezes pelos próprios pais. É o que diz o psicólogo Alex Sampaio. Ele acredita que os pequenos sejam "treinados" a agirem desta forma. "A mentira é utilizada como controle social e pode até virar uma crença", diz. Invés de fornecerem explicações sobre o perigo de permanecer em um determinado lugar, por exemplo, os pais inventam que tem o "bicho papão", para que a criança obedeça. FANTASIAS X MENTIRAS Entre quatro e seis anos de idade muitos pequenos são acompanhados por amigos invisíveis, outra evidência das fantasias presentes na infância. Sampaio revela que nesta época as informações exageradas são comuns para chamarem a atenção dos adultos. "Se a criança vê uma cobra cega, cujo tamanho não ultrapassa 60 cm, ao relatar o fato, é provável que dobre essa medida". O psicólogo explica que muitas vezes esse comportamento é aprovado pelos pais, o que reforça positivamente o hábito de mentir. Já em idade escolar e até a adolescência, as inverdades ficam evidentes quando há a necessidade de serem aceitos em determinados grupos sociais. "Na escola a criança, ou o adolescente está sujeito a regras e começa a mentir para manipular o sistema", afirma Sampaio. DOENÇA Ele acrescenta que se os pais forem punitivos em casa, as mentiras podem ser maiores e a prática pode tornar-se constante. "O ‘mentiroso’ possui baixa auto-estima e deseja suprir as expectativas de outras pessoas, mostrando uma pessoa que ele não é e com o tempo a pessoa passa a acreditar na própria inverdade", complementa o psicólogo. Há algumas doenças em que a presença de mentiras também é evidente. Sampaio cita o transtorno bipolar, em que a pessoa alterna momentos de euforia e depressão. "Nos momentos felizes, a pessoa pode adquirir muitos objetos e depois dizer que não os comprou". Outro distúrbio é a esquizofrenia, devido à presença constante de delírios e alucinações. SINAIS Os mais observadores podem "desmascarar" o mentiroso devido a alguns sinais percebidos no próprio corpo. "Quando a pessoa mente, o nível de tensão e de estresse aumenta e a respiração fica mais acelerada", confirma Sampaio. Outro sinal se refere à direção do olhar. O psicólogo diz que o mentiroso não olha em linha reta. "Se a pessoa estiver constrangida, com certeza vai olhar para baixo". O olhar também denuncia a tendência a fantasiar uma informação. Sampaio revela que isso fica claro quando a pessoa direciona o olhar para cima e para o lado esquerdo. Para os canhotos o processo é o inverso. TRATAMENTO A prática da mentira não possui forma de tratamento complexa, segundo Sampaio. "A terapia não aborda a mentira em si e sim a autenticidade e a auto-estima". O psicólogo diz que esta medida visa realçar o que a pessoa tem de bom para perceber que não precisa suprir as expectativas alheias e aos poucos abandonar a prática da mentira
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