Castrati

O exagero do rococó é muito bem representado pelos castrati, curiosa classe de cantores preparados desde os primeiros anos para terem voz feminina, já que era vedado às mulheres participarem de espetáculos.

Preparava-se esses meninos, castrando-os, daí o nome desses cantores, para que sua voz permanecesse para sempre aguda, embora nem todos chegassem a ser cantores e menos ainda alcançassem o estrelato.

Houve alguns, entretanto, que foram muito importantes, tornando-se requisitados até por soberanos. Os últimos castrati atuaram no final do século XIX.

Os castrati foram homens que foram adulados por multidões, como hoje o são os ídolos pop, sujeitos de paixões por homens e mulheres, mas que, no entanto, não deixavam de ser considerados apenas como meios-homens (ou meio-humanos).

Farinelli

O mais famoso castrati teria sido Carlo Broschi, conhecido por Farinelli, tendo sido realizado um filme sobre a sua vida, “Farinelli il Castrato”.

 

O filme "Farinelli", de Gérard Corbiau (1994) focaliza a vida do mítico cantor italiano Carlo Broschi (1705-1782), que ganhou muito prestígio em toda a Europa. Aparece como um galã, de olhar triste e solitário, que encerrou carreira como cantor exclusivo do rei Felipe V da Espanha, que o contratou porque seu canto era a única coisa que o tirava da depressão.

 

Farinelli alcançava 3.4 oitavas, do Lá2 até o Ré6, com sua voz e, dizem, tinha a capacidade de sustentar 150 notas em um só fôlego. Para fazer o filme, foi necessário juntar a interpretação de dois cantores, um contratenor e uma soprano coloratura.