O Brasil hoje é um Estado democrático de direito, e há muito seus cidadãos veem buscando a proteção, ampliação e garantias de seus direitos, a vida, a liberdade, igualdade e propriedade, que são direitos de primeira geração.
Depois disso, vieram os direitos de segunda geração, que são os direitos sociais, relacionados ao trabalho e a vida social das pessoas. Logo em seguida, vieram uma sucessão de outros direitos (meio ambiente, consumo etc.), que hoje é mais oportuno falar-se em dimensões de direitos do que propriamente gerações, que pressupõe sucessão de direitos, o que não é o caso, mas sim dimensionamento dos direitos tidos como fundamentais.
É com base nesses
pressupostos, que foram devidamente estudados por este que subscreve, e como
resultado de elementos sociais que serão apresentados no referido post de forma
oportuna, que venho apresentar aos caros leitores do blog piliano, uma sugestão
de um novo direito fundamental a ser conquistado, que seria o direito a
habilitação para dirigir.
A muito tempo que o
automóvel deixou de ser artigo de luxo, e passou a ser um desejo de consumo e
necessidade humana, face as facilidades oferecidas e de se ter um nos dias de
hoje.
Provavelmente Henry Ford
nunca imaginaria que um dia estaríamos a discutir o direito de dirigir como
direito fundamental dos cidadãos, assim como outros nunca imaginaria que a
propriedade, liberdade e igualdade seriam direitos expressos em cartas nos
ordenamentos jurídicos de estados democráticos do mundo inteiro.
O fato é que dirigir se
tornou uma questão de segurança pública, de saúde pública e necessidade, até
mesmo para ingresso em determinados órgãos públicos, como Polícias e Bombeiros,
por exemplo. De segurança pública, porque o Estado precisa fornecer condições
para o trânsito e a segurança, não só do motorista como também do pedestre,
assim como seguros e assistência médica em caso de acidentes que comprometam a
saúde das vítimas.
Assim sendo, a carteira de habilitação (CNH), deveria ser gratuita, assim como a certidão de óbito e nascimento são, como corolário do princípio da dignidade humana, para o pleno exercício da cidadania, munindo o cidadão de documento hábil para o exercício de cargo público exigível sua habilitação, além de constituir um estado de legalidade que viria a fortalecer a segurança e a saúde pública envolvendo trânsito, com a possibilidade de um controle melhor e maior da prevenção de acidentes e crimes.
O fato é que a habilitação
hoje no Brasil constitui um instrumento de enriquecimento de um nicho econômico
que a muito já virou uma indústria altamente lucrativa, que é a da indústria do
DETRAN, cartórios e autoescolas, que transformou a habilitação para dirigir,
que é um dever essencial do Estado, em instrumento de extorsão do cidadão, que
tem que pegar R$ 600 ou mais, para dirigir, transformando a habilitação para dirigir
em um direito econômico, ao invés de um direito fundamental a disposição do
cidadão.
As consequências disso é a
marginalização dos milhares de condutores de motocicletas e automóveis nesse
país, que vivem a se esconder de fiscalizações porque não podem ou não puderam
pagar para serem formalmente considerados habilitados, situação dominante em
localidades pequenas.
É uma luta que envolve poderosos das mais variadas indústrias lucrativas, mas já houveram em tempos de outrora lutas muito mais árduas em que direitos foram conquistados, e essa, assim espero, seja mais uma a ser vencida em um futuro não muito distante.
Para muitos, uma oportunidade no trânsito significa uma vida melhor.
É uma luta que envolve poderosos das mais variadas indústrias lucrativas, mas já houveram em tempos de outrora lutas muito mais árduas em que direitos foram conquistados, e essa, assim espero, seja mais uma a ser vencida em um futuro não muito distante.
Para muitos, uma oportunidade no trânsito significa uma vida melhor.
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